Por que políticas de privacidade genéricas colocam sua empresa em risco (e como corrigir)
Entenda por que políticas de privacidade genéricas violam a LGPD e colocam sua empresa em risco. Saiba o que uma política completa deve conter e como se adequar
12/2/20253 min ler
A Política de Privacidade é um dos documentos mais importantes para demonstrar conformidade com a LGPD. Ainda assim, muitas empresas, de pequenos e-commerces a grandes grupos, utilizam modelos genéricos encontrados na internet, que não refletem suas operações reais.
O problema é que documentos genéricos não protegem juridicamente: eles ampliam o risco de fiscalização da ANPD, prejudicam a confiança dos usuários e podem gerar multas. A Política de Privacidade deve estar alinhada a realidade da empresa e tem que ser feita de forma customizada.
A seguir, explicamos por que isso acontece e o que uma Política de Privacidade deve conter para estar adequada à legislação.
1. O risco das políticas genéricas: elas não representam a realidade da empresa
A LGPD exige que o tratamento de dados seja transparente e documentado. Quando a empresa usa modelos prontos, normalmente não descreve:
Quais dados pessoais realmente coleta;
Quais finalidades justificam esse tratamento;
Quais tecnologias usa (cookies, CRM, formulários, APIs etc.);
Com quem compartilha informações;
Como o titular pode exercer seus direitos.
Isso gera incongruência entre o que a empresa faz e o que comunica e a ANPD já deixou claro que incoerências são indicativas de não conformidade.
Em uma fiscalização ou denúncia, o primeiro documento analisado é justamente a Política de Privacidade. Se ela não reflete o dia a dia da empresa, é sinal de falha de governança.
2. O que a Política de Privacidade deve conter (de forma clara e objetiva)
Uma Política de Privacidade adequada deve ser personalizada, escrita em linguagem acessível e atualizada conforme as operações da empresa evoluem. Os principais elementos são:
✔ Informações claras sobre os dados pessoais que a empresa trata
A Política deve listar quais dados pessoais são tratados pela empresa no papel de Controladora e descrever claramente os processos envolvidos nesse tratamento. Também é essencial indicar se há compartilhamento com terceiros e para quais finalidades esse compartilhamento ocorre.
Essa descrição não pode ser genérica: é necessário vincular cada categoria de dado à finalidade específica do tratamento, garantindo transparência e conformidade com a LGPD.
✔ Bases legais utilizadas
A LGPD exige que cada atividade de tratamento tenha uma base legal válida.
Entre as mais comuns:
Consentimento;
Execução de contrato;
Obrigação legal;
Legítimo interesse (com análise adequada);
Proteção de crédito.
Não basta listar todas as bases da lei é preciso indicar qual base se aplica a cada finalidade.
✔ Forma de contato do Encarregado (DPO)
A Política deve informar um canal direto para que titulares exercitem seus direitos (acesso, correção, revogação, portabilidade etc.).
Exemplo:
E-mail dedicado para privacidade;
Formulário específico;
Nome e dados de contato do encarregado, quando disponível.
Empresas que não fornecem um canal de atendimento adequado costumam ser alvo de reclamações e notificações da ANPD. Já atendemos casos em que a autoridade notificou a empresa após receber denúncias de titulares que tentaram exercer seus direitos, mas não encontraram um canal claro ou funcional para contato. Isso evidencia a importância de disponibilizar meios acessíveis e eficazes de comunicação com o titular.
✔ Possíveis compartilhamentos e transferências internacionais
Se a empresa utiliza ferramentas como:
Google Analytics,
CRM em nuvem,
Plataformas de e-commerce,
Serviços de hospedagem fora do Brasil,
então é provável que existam transferências internacionais e isso precisa estar declarado, conforme a LGPD.
O documento também deve explicar:
Quem são os operadores/terceiros;
Para que fins ocorre o compartilhamento;
Quais salvaguardas são adotadas.
✔ Direitos dos titulares e como exercê-los
A Política deve explicar:
Quais são os direitos previstos na LGPD;
Como o titular pode solicitá-los;
Prazos e procedimentos internos para resposta.
Quanto mais claro, melhor: aumenta a confiança e reduz conflitos.
3. O que acontece quando a empresa ignora esses requisitos?
Perda de credibilidade: usuários percebem quando a política é copiada.
Risco de autuação: políticas desatualizadas são evidências de falta de conformidade.
Problemas contratuais: muitos parceiros exigem que a Política esteja adequada.
Multas e danos reputacionais: incidentes sem documentação adequada podem gerar responsabilidade.
Em 2025, com a ANPD atuando de forma cada vez mais fiscalizadora, o risco de empresas despreparadas aumentou significativamente.
4. Como o escritório pode ajudar
A elaboração de uma Política de Privacidade não é apenas um documento: é uma etapa estratégica da jornada de adequação à LGPD.
O escritório auxilia sua empresa a:
Mapear dados e fluxos internos;
Identificar bases legais corretamente;
Redigir política e avisos de privacidade personalizados;
Estruturar governança, DPO e procedimentos internos;
Implementar práticas preventivas para reduzir riscos.
Uma Política de Privacidade clara, completa e alinhada à LGPD é essencial para proteger o negócio e transmitir confiança a clientes, parceiros e investidores.
Se tiver qualquer pergunta sobre o assunto entre contato conosco.


