Registrar a marca vale mesmo a pena no agro? Descubra porque sim
Muitos produtores e empresários do agro ainda acham que registrar a marca não é prioridade. Mas será que isso é verdade? Neste post, explicamos por que proteger a marca no agronegócio é um passo importante para quem quer crescer com segurança e valorizar o próprio negócio.
Laila dos Reis Araujo
5/6/20252 min ler
Durante minha carreira como advogada especializada em registro de marcas, já tive o privilégio de acompanhar muitos produtores rurais e empresários do agro de perto.
Cada um com sua história, sua paixão pelo que faz e, muitas vezes, com um negócio familiar sólido, com anos de tradição e reconhecimento no mercado. No entanto, um erro recorrente que observei em várias dessas histórias foi o descaso com a marca. Muitos acreditam que, porque lidam com commodities ou não fabricam diretamente produtos, não precisam registrar a marca, e isso não é verdade.
Lembro-me de um caso de um produtor que, há alguns anos, tinha uma fazenda super conhecida, com um nome forte no mercado local. Ele cultivava produtos de qualidade, tinha uma clientela fiel, e sua marca era sinônimo de confiança no campo. Porém, ele acreditava que, por ser bem reconhecido na região, não havia necessidade de registrar sua marca. "Meu nome é meu maior patrimônio", ele me disse. Além disso, acreditava que, porque não vendia produtos diretamente para o consumidor final, ninguém ia copiar seu nome.
No entanto, a realidade foi bem diferente.
Após alguns anos de sucesso, ele começou a perceber que outras pessoas estavam utilizando nomes muito parecidos com o dele, e isso foi criando confusão no mercado. O pior veio quando ele tentou expandir sua produção e explorar novos mercados; quando tentou registrar a marca no INPI, o nome que ele usava não estava disponível.
Ele foi forçado a entrar com um processo judicial para defender sua marca, um processo que poderia ter sido evitado se tivesse registrado a marca desde o começo.
A história desse produtor não é única. Ao longo dos anos, vi muitos casos em que empresas familiares, com nomes fortes, acabaram perdendo o direito sobre sua própria identidade comercial por não protegerem sua marca adequadamente. A falta do registro deixou esses negócios vulneráveis, criando uma dor de cabeça jurídica imensa, que poderia ter sido evitada com um simples passo: o registro no INPI.
Qual o aprendizado dessa história?
No agronegócio, a marca não é apenas o nome da sua fazenda ou produto. Ela é a identidade do seu negócio, o reconhecimento do seu trabalho e o que vai garantir que o público escolha o seu produto em vez do concorrente. Proteger sua marca é proteger o futuro do seu negócio.
Se você, produtor, está em dúvida sobre registrar a sua marca, pense no que aconteceria se alguém se antecipasse e registrasse seu nome ou algo parecido. E, mais importante, pense no impacto de um processo judicial que poderia ser evitado, além de todo o tempo, dinheiro e energia que você perderia.
Eu sempre digo: proteger sua marca é tão importante quanto cuidar da sua produção. Investir no registro é um passo simples, mas fundamental para garantir que a sua história continue sendo contada do jeito certo.
Se você ainda não registrou sua marca, eu recomendo fortemente que busque orientação legal para dar esse passo. Já dizia minha avó: prevenir é sempre melhor que remediar.